Entendendo Relacionamentos Tóxicos com a Psicanálise (Coluna de Adriana Ferreira)

Relacionamento "tóxico" é aquele onde as partes envolvidas estão frequentemente imersas em sentimentos de raiva, medo, rejeição, culpa e outros sentimentos negativos que são disparados pelos gatilhos e dinâmica das relações.

São muitas as possibilidades de dinâmicas tóxicas que podem ser reproduzidas em um relacionamento, manipulação, chantagem emocional, traições, brigas constantes, ciúmes, competição, jogo de acusações, um lado rebaixando o outro, abuso verbal e físico, punição do outro através da frieza e afastamento, entre tantas outras coisas.

Então porque será que tem pessoas que entram relações dessa natureza e sentem dificuldade de sair?

E por que será que tem pessoas que saem de uma relação tóxica e entram em outra que repete um mesmo padrão, acreditando que a culpa é terem dedo podre...a  resposta está no entendimento de que a qualidade dos seus relacionamentos está ligada à qualidade do seu estado emocional mais profundo.

São padrões emocionais profundamente enraizados no inconsciente, que surgem em maior parte na infância, isso que muitas vezes levam alguém à  permanecer em relacionamentos disfuncionais.

Não importa se no relacionamento a pessoa faz mais o papel da vítima ou do abusivo, os dois padrões são o resultado das feridas emocionais.

Invariavelmente você vai encontrar no histórico emocional dessas pessoas sentimentos de abandono e rejeição que podem ser mais ou menos intensos conforme cada caso.

São sentimentos gerados a partir de críticas, ausência paterna e materna,  cobranças excessivas, comparações negativas, abusos e traumas diversos.

Essas feridas geram o sentimento de não merecimento, e a sensação de não ser bom o suficiente, e uma dificuldade de amar a si mesmo, levando a pessoa a não se permitir vivenciar um relacionamento saudável.

Temos a tendência de repetirmos o ambiente emocional que vivemos  na infância. É como um programa que foi instalado no inconsciente e cria e recria as mesmas condições que geram sentimentos semelhantes aos da infância, e tudo isso acontece de forma automática.

Ao invés de olhar para o externo e culpar os homens, as mulheres ou a loucura da sociedade, ou atribuir o insucesso nos relacionamentos a falta de sorte e ao  dedo podre, é preciso olhar profundamente para dentro e curar essas feridas emocionais.

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