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Feridas emocionais e suas cicatrizes (Coluna da psicóloga e psicanalista Adriana Ferreira)

A manipulação emocional é uma arma poderosa no contexto das relações

13/12/2024 às 19h38
Por: Zatum Notícias Fonte: ADRIANA FERREIRA
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Cuidar da saúde mental é fundamental para termos qualidade de vida (Crédito: Marcelo Camargo)
Cuidar da saúde mental é fundamental para termos qualidade de vida (Crédito: Marcelo Camargo)

Quando alguém que você considera importante na sua vida, em um momento de carinho te pune e diz frases como: "Você sabe que só quero o melhor para você, não é?", isso é uma manipulação emocional!

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Mas o que existe por trás de frases assim, será que existe um subtexto que pode nos deixar confusos. Quem ouve pode sentir que suas próprias aspirações são constantemente desvalorizadas, como se fossem meras ilusões, com isso podemos nos tornamos muitas vezes prisioneiros de uma necessidade de controle que se manifestava em vários  aspecto da vida, desde as escolhas mais simples  se até as amizades que pode cultivar.

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Muitas vezes experiências concretas começaram a surgir na nossa mente  como flashes de um filme . Um certo dia uma paciente trouxe um relato de uma lembrança de um Natal em que, após um esforço enorme para preparar uma surpresa para a família, sua mãe simplesmente ignorou o gesto, desviando a atenção para o presente do irmão. "Ele realmente merece isso, você precisa aprender a ser melhor", disse sua mãe com um sorriso que não chegava aos olhos.

Aquela frase a atingiu como um golpe, fazendo-a sentir que suas próprias contribuições eram insignificantes. Essas lembranças a fez perceber e compreender a toxidade familiar, e como isso criava um ciclo vicioso, onde a validação era escassa e as comparações eram constantes.

O ambiente que deveria ser um abrigo se torna uma arena de competição, onde cada conquista era eclipsada pela necessidade de um dos membros da família se sobressair. Essa dinâmica não apenas molda a maneira de como a pessoa se vê , mas também como afeta suas interações com o mundo exterior. A insegurança e o medo de não ser suficiente pode acompanhar a pessoa criando barreiras invisíveis que dificultavam a formação de relacionamentos saudáveis.

As comparações constante leva  a pessoa cada vez mais para uma rede de insegurança, fazendo questionar sua própria identidade. As vezes  o lugar que deveria ser  acolhedor transformou-se em um campo de batalha emocional, onde cada palavra pode passar a ser uma arma e cada silêncio, uma condenação.

Esses momentos de abuso emocional não são apenas feridas passageiras,  viram cicatrizes invisíveis que acaba moldando a autoimagem, onde a pessoa  começa a se ver como um ser inferior, como se suas realizações nunca fossem boas o suficiente., cada conquista, independente do tamanho que fosse é seguida de um pensamento corrosivo: "Isso não importa." Nos tornamos especialistas em esconder  emoções, em criar uma fachada de felicidade que, na verdade, oculta uma tempestade interna. O impacto desses momentos se estende além da infância!

A medida que o tempo passa, as feridas emocionais se tornavam barreiras invisíveis em seus relacionamentos. A dificuldade em confiar nos outros e a necessidade constante de validação faz com que as pessoas se isolem ainda mais, perguntando a si mesmo: "Por que não consigo me abrir para as pessoas?" A resposta é clara, mas dolorosa, o medo de ser rejeitada, de ser  comparada o tempo todo,  mantem quem sofre  abuso emocional refém de sua própria história, a compreensão de que um ambiente familiar tóxico não é uma reflexão de seu valor pessoal, mas sim do ciclo do comportamento de alguns membros dessa família, é importantíssimo.

Espaço Cyclum: Avenida Júlio Diniz 465- sala 7;  Jardim Nossa Senhora Auxiliadora, Campinas. Telefone: 19-98150-4444.

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Alô Terapia, com Adriana Ferreira
Sobre o blog/coluna
Adriana Ferreira é psicóloga e psicanalista. Ela atua há 30 anos cuidando da saúde mental. Adriana também é comunicadora, com experiências em rádios, televisão e na internet.
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