O presidente do Conselho de Saúde de Monte Mor, Edmilson da Silva Monteiro, em entrevista ao Portal Zatum, nesta terça-feira (18), explicou o que são os “médicos fantasmas”, ou profissionais de saúde que receberam salários pagos com dinheiro público nos meses de agosto e setembro de 2021, mas não trabalharam nenhum um dia sequer. Os prejuízos aos cofres públicos são de aproximadamente R$ 700 mil.
Nas últimas semanas, o assunto tem chamado atenção dos moradores da cidade. E muita gente tem se questionado o que se passa na Secretaria de Saúde.
“Estou chateado com toda essa situação. Hoje, o sentimento é que a população foi traída, especialmente as pessoas mais carentes da cidade, que precisam utilizar os serviços da saúde pública. O dinheiro público foi tratado com desrespeito”, disse o pedreiro e morador de Monte Mor José Cardoso Barbosa, de 40 anos.
Os pagamentos indevidos resultaram numa denúncia na Câmara e na aprovação de uma CP (Comissão Processante), aprovada por 11 vereadores e rejeitada por três.
Caso o prefeito Edivaldo Antônio Brischi (PTB) seja considerado culpado pela maioria dos parlamentares, ele perde o cargo e assume em seu lugar o vice Ronaldo Tuim (Solidariedade).
Confira os principais trechos da entrevista com o presidente do Conselho de Saúde, Edmilson da Silva Monteiro.
Zatum: O que são os “funcionários fantasmas” que foram encontrados pelo Conselho de Saúde em Monte Mor?
Edmilson da Silva Monteiro: Quando o Conselho de Saúde trata deste tema, se refere às prestações de contas apresentadas pelo Consórcio Intermunicipal CISMETRO, nos meses de Agosto e Setembro, efetuado pagamento dos mesmos pela Prefeitura, profissionais relacionados e pagos sem prestarem os serviços a que foram contratados, posto que a UPA 24h foi inaugurada apenas em 30/09/2021.
Zatum: Existe uma CP (Comissão Processante) na Câmara sobre o caso. Como presidente do conselho, o que o senhor espera que seja realizado?
Sim, foi aprovado pela Câmara Municipal por 11 votos favoráveis à abertura da mesma e 03 votos contrários. O Conselho de Saúde, a princípio, acompanha tal procedimento, como uma forma de esclarecer os fatos a serem apurados e responsabilizados na medida adequada os envolvidos.
Zatum: Qual é o tamanho do prejuízo aos cofres públicos? E Como isso atrapalha a vida das pessoas?
Edmilson da Silva Monteiro: Pelo que consta da peça inicial da comissão, apura-se em média de até uns 700 mil reais, em se falando de Médicos da UPA 24h, contudo ainda constam outros pontos a serem apurados, tanto no Regime CLT e Carros Locados, segundo a CP, também para serem apurados.
E como isso atrapalha as pessoas? De maneira um tanto dolorida, posto que neste período do trâmite da CP, a população sofre na pele um misto de desalento quanto à ausência de serviços básicos a serem prestados, bem como pelo descaso com o dinheiro público.
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