A candidata a prefeita de Paulínia Priscilla Bittar (PSB) obteve uma liminar que proíbe que Dirceu Dalben (Cidadania) envie veículos contratados pela Prefeitura de Sumaré para realizarem serviços para eleitores em Paulínia. Priscilla entrou com uma AIJE (Ação de Investigação de Crime Eleitoral), por suposta compra de votos por parte do ex-prefeito de Sumaré.
O juiz eleitoral de Paulínia, Lucas de Abreu Evangelinos, determinou que a empresa Agreg Construção e Soluções Ambientais LTDA, contratada pelo município de Sumaré, pare de fazer serviços em Paulínia.
"Incabível que um município, ainda que contíguo, contrate, por meio de licitação, empresa para prestar serviços de campo fora do seu limite territorial; não há nenhuma justificativa para que a sociedade empresária AGREG CONSTRUÇÃO E SOLUÇÕES AMBIENTAIS LTDA, contratada pela PREFEITURA DE SUMARÉ/SP, transporte maquinário de grande porte para esta comarca e passe a realizar serviço de manutenção, conservação e limpeza de áreas públicas", escreveu o magistrado na decisão.
Para Priscilla, ao usar os veículos de Sumaré em Paulínia, Dirceu Dalben beneficiou eleitores de forma criminosa, durante o processo eleitoral deste ano. Ela considera que a prática pode ser considerada como “compra de votos” por parte do concorrente, que é pai de Luiz Dalben (Cidadania), o prefeito de Sumaré.
O caminhão e a retroescavadeira, usados em Paulínia, são da empresa Agreg Construção e Soluções Ambientais LTDA, contratada da Prefeitura de Sumaré, que, como dito acima, é governada pelo filho do deputado estadual e agora concorrente em Paulínia.
Um vídeo com os veículos foi entregue para a Justiça Eleitoral, como provas das supostas ilegalidades. As imagens, que podem ser vistas nas páginas digitais do Zatum Notícias, de fato, revelam o uso dos veículos em Paulínia. A retroescavadeira estava recolhendo entulhos na rua Aurélio Beraldo, e depositando o material na caçamba do caminhão basculante.
A reportagem apurou que não há nenhum tipo de acordo de cooperação entre Paulínia e Sumaré. Por isso, caso comprovadas, as denúncias poderão render problemas jurídicos para Dalben, e seu filho, que em tese permitiu o uso dos veículos, pagos com dinheiro público dos contribuintes de Sumaré, em Paulínia.
Quando questionado, via telefone, sobre os motivos pelos quais os caminhões estavam em Paulínia, por Priscilla Bittar, o atendente da empresa não soube responder, como também afirmou ser o caso de questionar diretamente o prefeito Luiz Dalben, segundo contou Priscilla.
Flagrante
Priscilla estava fazendo campanha de rua quando avistou as supostas irregularidades. “Fiquei chocada com a situação. Tenho adversários que não respeitam leis, que são capazes de tudo para chegarem ao poder. Acredito na Justiça e tenho certeza que os culpados serão responsabilizados. Sou ficha limpa, e por isso tenho a obrigação e coragem de denunciar crimes contra a população”, explicou a candidata.
Advogado
O advogado especialista em Direito Eleitoral Vinicius Martins, responsável pela peça contra Dalben na Justiça, argumenta que existem sólidos motivos para a cassação.
“Há evidentes indícios de cometimento de atos dolosos de improbidade administrativa que, ao mesmo tempo, podem configurar tentativa de captação ilícita de sufrágio junto à população de Paulínia, de maneira a ilicitamente beneficiar a imagem de Dirceu Dalben por meio de "serviços graciosos" prestados pela Prefeitura liderada por seu filho, Luiz Dalben - os quais, todos, afirmam fazer parte do mesmo ‘Time do Bem’ em suas redes sociais, buscando eleger-se tanto aqui quanto no município vizinho”, escreveu o operador do Direito.
Outro Lado
Dirceu Dalben foi procurado para se manifestar sobre o assunto, mas novamente, preferiu o silêncio perante os questionamentos do Zatum. O espaço está aberto, importante salientar.
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