Mais um grave erro aconteceu no HMP (Hospital Municipal de Paulínia). Dessa vez, a dona de casa Ana Julia Lino Soares de Oliveira, 20 anos, e o recém-nascido Riquelme, por muito pouco, quase perderam suas vidas, no final de semana passado. O caso foi parar na polícia, e um BO (Boletim de Ocorrência), por negligência médica, foi registrado na delegacia local.
Ana Júlia relatou que estava grávida, no nono mês de gestação. Na quinta-feira (24), ela começou a passar mal e notou que estava “perdendo líquido”. Imediatamente, ela e seu marido, o pintor Bruno Henrique de Oliveira, 23 anos, foram para o HMP. O médico que a atendeu disse que não era nada grave, ou um um simples “escorrimento”, e receitou uma pomada.
Como Ana Júlia ainda estava sentindo fortes dores, ela foi até a UBS (Unidade Básica de Saúde) do Jardim Planalto, no final da tarde de quinta-feira. O médico que a atendia rotineiramente, e fez o pré-natal, não quis nem vê-la e pediu para a gestante retornar somente na terça-feira (29).
Então, por estar “sofrendo bastante”, Ana Júlia e Bruno Henrique decidiram procurar um hospital particular e foram até o Samaritano, em Campinas, na sexta-feira (25), logo pela manhã. No local, a grávida foi imediatamente internada e o novo médico relatou, inclusive no prontuário, que a “bolsa” estava rompida e que a necessidade de fazer um parto por meio de cesárea era “urgente”.
“O bebê tomou líquido dentro da minha barriga e chegou a defecar. Se demora mais quinze minutos, nós dois poderíamos ter perdido a vida, como o médico do hospital particular nos contou. Infelizmente, há muito tempo o atendimento no HMP é muito ruim”, disse.
Por ter ingerido líquidos, o pequeno Riquelme foi parar na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) por seis horas.
Sufoco
Bruno contou que a conta no Samaritano de Campinas ficou em R$ 20 mil. “Não tinha esse dinheiro e tive que vender algumas coisas, inclusive o meu carro. E se não arrumasse esse dinheiro, como seria? O médico que nos atendeu disse que alguns procedimentos com a minha esposa e filho foram muito errados. Agora, quero que tudo seja reparado”, afirmou.
Outro lado
A reportagem procurou o Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) e aguarda um posicionamento sobre o assunto. A Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Paulínia também foi questionada, mas até a publicação do texto não enviou nenhum retorno. O espaço está aberto, importante salientar.